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A amiga que deu a mão

Por Arthur Calado

O tabu fez com que este perfil fosse o mais difícil de achar. Beatriz Mourão foi uma das poucas pessoas encontradas pela reportagem que identificou um comportamento de tendência suicida. A jovem de 19 anos conseguiu ajudar sua amiga, que passava por momentos difíceis em um estado elevado de depressão.

 

Falar, agir, entender, são atitudes que mostram que a compreensão vai além de ouvir. Beatriz entendeu isso. Notou a amiga abatida e prontamente avisou à família da garota.

 

“Quem fala que vai se matar, não vai agir”, a corriqueira frase é, segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), uma das maiores mentiras que cercam o tema do suicídio, e Beatriz confirmou isso.

 

Não é por alguém estar em um quadro depressivo, que o mesmo terá tendência de tentar tirar a própria vida. Como já foi exposto, o fator psicológico não é o único causador de suicídios, mas ele não pode ser desconsiderado. Entender isso, e, principalmente, entender que é necessário pedir ajuda é fator chave para a prevenção.

Bia - para os nem tão íntimos - se preocupou de forma mais assertiva. Consciente de que não tinha a capacidade de ajudar sozinha, teve a sacada de procurar ajuda com a família da amiga. 

A maior dúvida que passou pela cabeça de Bia é bem corriqueira. "Será que eu devo falar sobre o assunto, ou desviar o máximo possível para que a pessoa não se sinta mal?"

A resposta é bem variável e depende de uma série de fatores, desde o grau de intimidade, até o quão confortável a pessoa se sente falando sobre. A sensibilidade de saber lidar com isso não é item muito fácil de se achar. Assim, a procura profissional deve ser a saída mais eficaz.

As redes sociais dizem muito sobre o estado da pessoa, principalmente àquelas de mais restrito acesso. Identificar comportamentos suicidas é o primeiro passo. Agir e procurar ajuda vem em seguida. A reportagem parabeniza Beatriz, que conseguiu agir e, não é exagero falar, ajudou a salvar uma vida.

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